
Pesquisa desenvolvida em parceria com o Laboratório de Mineralogia é apresentada em Simpósio de Geologia
segunda-feira, 24 de julho de 2017.

O trabalho “Caracterização e Mapeamento Mineral do Túnel da PCH Garça Branca e a Primeira Ocorrência de Analcima no Estado de Santa Catarina” foi apresentado no X Simpósio Sul-Brasileiro de Geologia, em Curitiba. A pesquisa foi desenvolvida em parceria com o Laboratório de Mineralogia do Centro Universitário de Formiga.
O estudo tem os seguintes autores: Me. Rodrigo Del Olmo Sato (representante da MinasHidroGeo Consultoria); Cristian Nunes Estevam (participante da Iniciação Científica em Geologia da Universidade Federal de Santa Catarina); Mauricio Fenilli (aluno de Mestrado em Geoquímica na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e responsável por apresentar o trabalho no Simpósio); coordenador do Laboratório de Mineralogia do UNIFOR-MG, Prof. Anísio Cláudio Rios Fonseca.
O Prof. Anísio Cláudio Rios Fonseca explicou que diferentes minerais são encontrados nas cavidades e amígdalas das rochas vulcânicas do Grupo Serra Geral, na Bacia do Paraná. Relatou que, no início de 2016, durante perfuração de um túnel para uma barragem no Munícipio de Anchieta, extremo oeste de Santa Catarina, o Me. Rodrigo Del Olmo Sato encontrou um mineral que não havia sido registrado no Estado.
O entrevistado indicou que o estudo teve como objetivos descrever e identificar o mineral e definir as fácies minerais em toda a extensão do túnel. Ele acrescentou que sob chama regular de 200º C, por até três horas, torna-se homogeneamente branco, opaco, com brilho terroso e muito friável. Disse ainda que ensaios de densidade no picnômetro apontam valores aproximados de 2,17 g/cm³ e que, com os dados obtidos, o mineral foi classificado como uma Analcima (NaAlSi2O6οH2O), uma espécie rara do Grupo das Zeólitas.
“A Analcima forma belíssimos cristais icositetraédricos brancos de até cinco centímetros e está associada à calcita e a outras Zeólitas, como Estilbita, Mordenita, Escolecita. Esses minerais preenchem cavidades de rochas vulcânicas como Riodacitos. Além da utilização na indústria, as Zeólitas analisadas formam belos agregados muito apreciados por colecionadores e museus”, explicou.
O Prof. Anísio Cláudio Rios Fonseca falou que, posteriormente, foi confirmada a classificação por meio da Difração de Raios-X, obtendo-se a assinatura radiométrica esperada. Ele informou que os minerais associados às Analcimas nas cavidades são frequentes no oeste catarinense e amplamente conhecidos na literatura. Os pesquisadores identificaram Calcita (CaCO3), Mordenita (Na2Ca2KAl2Si10O24.7H2O), Escolecita (CaAl2Si3O10.3H2O) e Estilbita-Ca (NaCa4Al9Si27O72.nH2O).
De acordo com o professor, com os dados do estudo, foi feito o primeiro registro de Analcima no Estado de Santa Catarina e identificados cinco diferentes fácies com associações minerais, todas incluindo Analcima (Anc) com as características anteriormente citadas: I – Anc + Cristais de Mordenita/Escolecita, branca, acicular e fibroradiada, inclusos e sobre as Anc; II – Anc isolada com cristais grandes de até 5 cm; III – Anc + Estilbita-Ca branca com frequentes marcas de dissolução; IV – Anc + Calcita incolor com hábito trigonal; V – Anc + Estilbita-Ca, amarela, euédrica, maclada e sem feições de dissolução.
O entrevistado citou que os pesquisadores Maurício Fenilli e Me. Rodrigo Del Olmo Sato foram os grandes responsáveis pela oportunidade de se realizar esse estudo. “Participar do trabalho foi muito importante para proporcionar maior visibilidade ao Laboratório de Mineralogia e, consequentemente, ao UNIFOR-MG”, considerou.
O interessado em conhecer esses e outros minerais pode visitar o Museu do Laboratório de Mineralogia do Centro Universitário.
O coordenador do Laboratório de Mineralogia, Prof. Anísio Cláudio Rios Fonseca
Mauricio Fenilli (aluno de Mestrado em Geoquímica na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e responsável por apresentar o trabalho no Simpósio)
Me. Rodrigo Del Olmo Sato (representante da MinasHidroGeo Consultoria)
Cristian Nunes Estevam (participante da Iniciação Científica em Geologia da Universidade Federal de Santa Catarina)