Projeto Plantas Medicinais: farmácia alternativa, produtos naturais aplicados à saúde
terça-feira, 30 de outubro de 2007.Responsáveis:
Elizabeth Teodoro – aluna do UNIFOR-MG bolsista da FAPEMIG
Vanessa Silveira – aluna do UNIFOR-MG voluntária
Cláudia Nogueira – orientadora da FAPEMIG e professora do UNIFOR-MG
Popularização das Plantas Medicinais do Cerrado
Há alguns dias, nos deparamos com uma informação bastante instigante. Alguém nos relatava sua história patológica e, em dado momento, disse que um especialista em Plantas Medicinais havia lhe receitado o uso da graviola. Diante de um relato vivaz sobre seu uso, no auxílio do combate ao câncer, decidimos, então, pesquisá-la melhor.
A gravioleira é uma das várias plantas da família Annonaceae que apresenta árvores de médio porte, podendo chegar até 8 m de altura – quando adulta – e casca aromática. Seu nome científico é Annona muricata L. As flores são hermafroditas, verde-escuras a verde-claras. O fruto – graviola – também conhecido como araticum manso, é uma baga composta, com formato de coração. A semente, de 1 a 2 cm de comprimento, é preta, quando retirada do fruto, passando a marrom, dias após. Planta originária de regiões de clima tropical, a gravioleira também se desenvolve em regiões de clima subtropical e tem boa adaptabilidade ao Nordeste brasileiro.
O uso da graviola, para fins medicinais, vem de longa data – apesar de ainda não terem comprovação científica, todos os benefícios que lhe são atribuídos. A graviola é, comumente, usada de diversos modos. Dentre eles, o cozimento ou decoto das folhas, que, quando bem amassadas, são usadas no combate a diarréias. As sementes são consideradas adstringentes e vomitivas e as cascas têm ação antibiabética. Dentre as propriedades terapêuticas da graviola, pode-se destacar o seu potencial diurético, vitaminizante, antiinflamatório e anti-reumático. É boa fonte de vitaminas do complexo B, importantes para o metabolismo de proteínas, carboidratos e gorduras, incrementando o cardápio com vitaminas e minerais.
Frazão, um pesquisador da FAPEMA (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Maranhão), desenvolveu uma pomada a base de graviola para combater as feridas causadas pelo câncer de pele e o diabetes. Segundo ele, “as estatísticas realizadas mostram que, na região de Imperatriz, a cada dez pacientes submetidos ao tratamento, oito são cicatrizados”. Ele acrescenta que a pomada não cura o câncer ou diabetes, mas, cicatriza as feridas, num tempo bem menor do que outros medicamentos”.
Lorenzi (2002), afirma que a graviola apresenta algumas substâncias, como a acetogenina e a anonacina, que demonstram atividade antitumoral, uma delas apresenta uma atividade contra o adenocarcinoma do colon (intestino grosso), numa concentração 10.000 vezes menor do que a adriamycina, quimioterápico usado para tratamento deste tipo de tumor.
No entanto, o uso por períodos prolongados deve ser evitado, assim como a ingestão de grandes quantidades.
Referências:
Graviola auxilia no combate ao câncer. Disponível em: <http://www.fapema.br>. Acesso em: 8 Out. de 2007.
LORENZI, H. MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil – nativas e exóticas. São Paulo: Instituto Plantarum, 2002.
PINTO, J.E.B. P; et al. Compêndio de Plantas Medicinais. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 210p.
RIBEIRO, Rosy Iara M. de A. Metaloproteinases 2 e 9: expressão,inibidores teciduais e inibição por extratos naturais no carcinoma de células basais e carcinoma espinocelular. Departamento de anatomia patológica e medicina legal – Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Disponível em:
<http://www.medicina.ufmg.br/cpg/patologia/teses_dissert/2007>.
Acesso em: 24 Out. de 2007.