Sublime missão…
Mãos que se embranquecem
por causa de um simples pó…
Pó pequeno… Pó da cal…
Pó de giz… Pó do que é permanente…
Doces palavras… Frágeis indecisões…
Amarguras que fenecem
nos encantos do adolescer.
Em suave calmaria, faz-se mar:
furacão de conhecimento.
Em tempestade de paixões,
espalha chamas, revigora o vazio
e enaltece a alma humana.
Suspiros se orvalham
nas descobertas pueris.
Ser professor não é padecer no paraíso,
é ser Cirineu do próximo.
Próximo que requer ajuda.
Pai que precisa de auxílio.
Aluno que conclama paz.
Ser professor é sentir-se árvore,
é afastar-se dos conceitos
e buscar caminhos nas desexplicações.
Ser professor é fazer-se chuva,
é chover, com tempestade de compreensão,
na terra adolescente dos estudantes de outrora…
Ser professor é educar com amor,
é ensinar, com elegância, o aprender
que permanece para sempre.
Ser professor é dialogar com Freire,
é descobrir, com Tiago de Melo,
o tijolo que constrói lares.
Lares que aconchegam vidas…
vidas reconstruídas pelo ensinar do mestre.
Mestre que faz gente, sabendo bem
o que é ser gente.
Ser professor é reconhecer-se sábio,
é perceber, através da sabedoria,
que ser professor é tornar-se água…
água potável que pode irrigar desertos…

Poesia em homenagem ao Dia do Professor, escrita pelo ex-aluno do curso de Letras do UNIFOR-MG, Geraldo Adriano da Silva. Formado em 1994, atualmente, Geraldo leciona Literatura Brasileira e Produção de Texto, no Colégio Dom Belchior, e é diretor da Escola Municipal Dorvina Teixeira Arantes, na cidade de Arcos/MG.